A nova política de fortalecimento do ecoturismo brasileiro, como foco no turismo náutico, proposta pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), ganhou força nesta segunda-feira (16). O Instituto, a Secretaria de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente, o ICMBIO, o Ibama e a Marinha do Brasil afundaram dois navios na costa de Tamandaré, localizada no litoral sul do estado de Pernambuco. Os naufrágios fazem parte do Programa Nacional de Revitalização do Ecoturismo Náutico proposto pela Embratur, com aval do presidente da República, Jair Bolsonaro.
“O presidente Jair Bolsonaro determinou ao presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, e ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que coordenem todas as atividades que envolvam projetos e ações que ajudem a desenvolver os diversos tipos de turismo náutico, interagindo de forma transversal com os diversos agentes do governo”, informou o diretor de Marketing e Relações Públicas da Embratur, Osvaldo Matos de Melo Júnior.
De acordo com o diretor, a ideia é reformular políticas públicas, que aliem desenvolvimento e sustentabilidade, para alavancar o turismo brasileiro: “Por possuir cerca de 8.500 km de linha de costa, 35 mil km de vias internas navegáveis, 9.260 km de margens de reservatórios de água doce, lagos e lagoas, ser banhado por correntes oceânicas favoráveis à navegação, contar com um clima propício ao esporte e ao lazer náutico e apresentar uma infinidade de paraísos naturais intocados, o Brasil apresenta um dos maiores potenciais de desenvolvimento do ecoturismo náutico do mundo”, destacou Osvaldo.
Maragogi pode receber naufrágios
O prefeito de Maragogi, Sérgio Lira também esteve presente a ação de afundamento das embarcações e aproveitou para solicitar aos representantes dos órgãos federais envolvidos no projeto, para que a próxima ação seja realizada em Maragogi, já que é um dos destinos turísticos mais vendidos no Brasil, segundo a maior operadora de viagens da América Latina CVC. A próximo ação deverá ser em maio de 2020 e Maragogi deverá estar na programação.
Os navios, Riobaldo e Natureza, passaram por um processo de remoção de tinta para evitar intoxicação da água. Todo o preparo é acompanhado pelo ICMBio, que desenvolve estudos de impacto ambiental. “Sendo assim, o programa que tem como objetivos reunir e ouvir os diversos segmentos interessados no ecoturismo náutico, diagnosticar os gargalos inerentes ao setor e desenvolver estratégias para vencer os desafios e melhorar os serviços e estruturas náuticas no Brasil, gerando emprego e renda”, completou Sílvio Nascimento, coordenador da Embratur, que também esteve presente na hora do naufrágio.
A atividade náutica, quando atrelada ao ecoturismo, possui características que a diferencia do simples ato de navegação. O turismo náutico, portanto, não se configura pela utilização da embarcação como simples meio de transporte, mas como principal motivador da prática turística. O setor movimenta estaleiros, pessoal de bordo (navegação e manutenção) e demais prestadores envolvidos, criando valor agregado da ordem de uma centena de bilhões de dólares e cujo crescimento anual ultrapassa a taxa de 5%.
Segundo a Embratur, a questão ambiental está no centro da discussão, “pois, ao mesmo tempo em que o turista é atraído pelo ambiente equilibrado e preservado, a sua presença causa impacto”, disse o diretor Osvaldo Matos. “Assim o número de visitantes e, principalmente, as suas atitudes é que, aliadas às informações acerca do local visitado, trarão a capacidade de carga ou número balizador de visitação”, finalizou.
O afundamento de vagões, aeronaves, embarcações de diversos tamanhos, estátuas gigantes e viaturas blindadas em áreas propicias para o mergulho e o desenvolvimento de pousadas, hotéis e resorts, é uma das prioridades da parceria entre Embratur, Ministério do Meio Ambiente e a Marinha do Brasil.